sábado, 15 de março de 2008

Manifestação de 50000 professores, 49997 acompanhantes e 3 leitões!

No passado sábado assistimos à maior manifestação de sempre da até agora super classe dos professores. É preciso sermos um país muito virado à esquerda e mesquinho para nos preocuparmos em contabilizar a quantidade e qualidade das greves. Desde que começou o clima de contestação dos professores os assuntos em debate têm sido cada vez menos. Passaram da contestação a tudo o que mexe, para se preocuparem agora com a avaliação. Algures ouvi um professor dizer que "já foram avaliados durante muitos anos, na escola e na faculdade". Eu posso contra-argumentar dizendo que muitos deles nem um curso superior têm para darem aulas ao ensino básico por isso nunca foram avaliados. E eu como futuro engenheiro quando assinar um projecto, se der para o torto vou para a rua. Resumindo, se eu fizer asneira perco o emprego, se eles fizerem asneira têm uma má nota.

E as aulas de substituição? Novamente, ouvi algures um inocente e parvo aluno do secundário dizer que as aulas de substituição eram uma seca porque não faziam nada. Espanta-me ouvir um aluno do secundário dizer isso. Era muito melhor estar no recreio a jogar à bola do que ter um professor a olhar para nós numa sala sem fazer nada. Mas o que me espanta é o facto de os professores exigirem o pagamento de horas extraordinárias quando a maior parte deles são trabalhadores a tempo inteiro. Se são pagos por 8 horas de serviço, têm que trabalhar as 8 horas na escola e não em casa (dizem que preparam as aulas que repetem todos os anos…).

E a avaliação? O facto de contestarem partes da avaliação mostra o quanto esta classe está condicionada às opiniões dos partidos políticos de segunda chamados sindicatos. Contestam o facto de serem avaliados pelos colegas ou pelas notas que dão e não conseguem ver a avaliação como um todo. É preciso não querer abrir os olhos para dizer que a avaliação é injusta. Os professores são avaliados em inúmeros pontos e cada um deles contribui para a nota final. Do meu ponto de vista este tipo de avaliação só obriga a que as pessoas tenham que ser excepcionais em todos os pontos. Mas no caso de falharem em algum ponto podem estar descansados porque o maior contributo para a nota final é a avaliação dada por um inspector externo (claro que nessa altura o professor preocupa-se em dar as aulas da melhor forma). E quando a ministra diz que se quer sentar e negociar com os sindicatos? Os sindicatos dizem que só negoceiam se a avaliação for suspensa. Isso não é negociar. É ser intransigente tal como acusam a ministra.
E a progressão na carreira? Bem, este ponto é o mais ridículo para mim. Mas acho que para o discutir teria que alargar o assunto a todos os funcionários públicos. As pessoas devem ser aumentadas, devem ser recompensadas pelos seus serviços extraordinários, mas nem todos chegam a chefe. Nas empresas os funcionários não chegam todos a chefe. Os professores dizem que mesmo que tenham nota excelente (excelente para mim é “sem falhas”) têm que recorrer a concurso para subir na carreira. Uma classe que se manifesta por assuntos tão ridículos não pode ser excelente, e duvido que a maior parte deles tenham nota “bom” quanto mais excelente. Querem emprego e não trabalho, porque (e agora o ataque a sério e usando uma expressão do calão) a maior parte dos professores não faz nada pelo cu abaixo. Parem de andar vestidos de preto e assar leitões no Marquês de Pombal e vão trabalhar e educar as nossas crianças que é essa a vossa função.

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